quinta-feira, junho 29, 2006

HISTÓRIA DE PORTALEGRE



Sendo este um blog de portalegrenses e para portalegrenses sentimos a obrigação de, caso ainda não saibam, contar um pouco da história de PORTALEGRE, embora saibamos de antemão que possa ser um pouco enfadonho, também sabemos que os nossos leitores são apreciadores desta linda cidade que é PORTALEGRE, assim sendo queremos também pautar-nos por imprimir uma natureza não só critica mas também cultural a este blog, daí passarmos um pouco de cultura PORTALEGRENSE aos nossos leitores.
Aqui vai:

Perde-se na obscuridade da história a origem da cidade de Portalegre. Segundo uma lenda contada por Frei Amador Arrais, Bispo de Portalegre: Passeava um dia Maya, filha de Lísias, com Tobias, até que um vagabundo, Dolme, a cobiça e a rapta, assassinando Tobias que se movia em defesa de Maya. Lísias capitão de Baco desesperado pelo desaparecimento da filha , parte à sua procura mas encontra-a morta.Lísias estaria então acampado no mesmo sítio onde ainda hoje passa o Ribeiro de Baco. Lísias viria então a morrer de súbita alegria, após ter vagueado muito tempo chamando pela filha, quando um dia julga ve-la estender-lhe os braços numa ilusória aparição. Seria então em homenagem a Maya que se teria fundado a cidade de Ammaia no mesmo sítio onde hoje está Portalegre.Sabe-se hoje porém que apesar de ter existido, a cidade Romana de Ammaia, encontrava-se onde hoje está a povoação de Aramenha e que toda esta lenda que sempre se contou sobre a cidade de Portalegre não passa de fantasias apoiadas numa lápide Romana, ainda hoje existente no Museu Municipal e que terá sido trazida de Aramenha para Portalegre quando da sua fundação, tendo na altura servido de base a uma coluna na, ainda existente, ermida do espírito santo. Nessa lápide pode ler-se (traduzido): «Ao imperador Lúcio Aurélio, verdadeiro Augusto, filho do divino Antonino, Pontífice Máximo, investido no poder tribunício, cônsul pela 2ª vez, pai da Pátria, dedicou o município de Ammaia».Remetendo ao mais antigo cronista da cidade - O padre Diogo Pereira Sotto Maior - e apesar de ele ter relatado outras teses sobre o aparecimento da cidade a mais provável seria a seguinte: «Dizem que esta cidade foi primeiro situada em üas vendas que estavam por cima dos Portelos, junto à ermida de San Bartolomeu e contra a Porta da devesa que se chamavam as Vendas dos Portelos e que daqui tomou depois o nome de Portalegre…E porque sua vista é alegre e aprazível aos olhos de quem nele os punha, vieram chamar-lhe porto alegre, donde depois vem a chamar-se Porto Alegre, derivado de Portelos.» Certo é, porém, que em 1259, pouco mais de meio século volvido sobre a formação do reino de Portugal, D. Afonso III concede a Portalegre o seu foral de vila, mandando reconstruir a antiga povoação de Portelos, arrasada pelas escaramuças entre cristãos e Muçulmanos, dando-lhe o nome de Portus Alacer (Portus - um local de trânsito de mercadorias e Alacer - devido à sua alegre e pitoresca situação). Pela importância do seu aspecto estratégico. D. Dinis, em 1290, rodeia-a, de forte e dupla muralha (alguns troços ainda hoje existentes) e manda erguer o seu castelo, sobranceiro à planície extensa, sentinela vigilante para a defesa da integridade do território Português. Para além das duas cercas de muralha e das doze torres existiam também sete portas: Poterna, ao fundo da Rua da Figueira (desaparecida), Crato (conhecida hoje por arco do Bispo), Évora ou Porta Falsa, ao fundo da Rua do Arco (desaparecida), Elvas, ao fundo da rua com o mesmo nome (desaparecida), Alegrete ou S. Francisco (conhecida hoje por arco de St António)(por esta porta entrou Filipe II de Espanha, I de Portugal tendo se dirigido à Sé onde foi recebido pelo Bispo D. Filipe de Noronha e pelo Clero), Postigo, ao cimo da rua de S. Tiago e Pirão (desaparecida) e devesa ou Espírito Santo.Por carta de 18/11/1299, D. Dinis decidiu que Portalegre seria sempre “de El Rei e de seu filho primeiro herdeiro”. Em 1387 D. João I grato pela atitude dos Portalegrenses ao pugnarem pela sua causa, a da independência, durante as cortes de Coimbra, deu-lhe o titulo de Leal, tendo sido Portalegre a segunda a fazê-lo, logo a seguir ao Porto.Em 1549, por diligências de D. João III, o Papa Paulo III expedia a bula que criava a nova diocese de Portalegre, tendo posteriormente sido elevada a cidadepor carta de privilégios de D. João III datada de 23 de Maio de 1550. Ainda hoje se celebra todos os anos o dia da cidade a 23 de Maio.Com a elevação a cidade , muitos nobres e burgueses construíram a sua casa fora de muros. Essas construções formam um dos conjuntos mais notáveis de moradias seiscentistas e setecentistas do País. A burguesia empreendedora que nessa época se fixou na cidade desenvolveu variadas indústrias especialmente a têxtil.Em 1640, Portalegre é uma das primeiras cidades a reconhecer a independência de Portugal no dia 2 de Dezembro.No dia 18 de Julho de 1835 é elevada a sede de distrito.As cores da cidade são o amarelo (nobreza, fé, fidelidade, constância e liberdade) e o negro (terra, firmeza e honestidade).

Bem haja portalegrenses...